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Tratar do desenvolvimento sustentável no agronegócio brasileiro é um assunto complexo e um tanto quanto delicado. Lembro de uma reportagem recente na televisão que mostrou a crueldade na forma de abate dos animais e a completa falta de higiene dos matadouros clandestinos no Brasil. Nada daquilo mostrado remete – nem mesmo de longe – a uma forma sustentável de se criar o gado e produzir alimentos.

Mas com um foco equivocado, a reportagem se concentrou em destacar apenas este lado da matéria, tornando a população insegura e preocupada em relação à carne que consumimos em nosso dia a dia. Faltou destacar a grande maioria dos criadores e produtores que trabalham de forma correta e certificada.

O Brasil é um dos maiores exportadores de carne do mundo e o único país que tem a capacidade de abastecer os mercados internacionais com a demanda global crescente deste alimento. E se ainda temos este grande problema com abatedouros clandestinos, uma forma de combatê-los seria através da instrução, da educação e conscientização do consumidor em relação ao produto que encontramos nas prateleiras do varejo. Apresentar de forma didática o carimbo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), concedido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, que atesta a qualidade sanitária e a conformidade com a legislação dos produtos de origem já seria o primeiro passo.

A sustentabilidade passa pela formação de uma nova sociedade, muito mais consciente e crítica em relação às práticas das empresas e governos. Mais ainda, o desenvolvimento sustentável irá demandar uma nova forma desta sociedade se relacionar com as formas de produção e consumo, e tudo isto só será possível por meio do conhecimento, da informação acessível e da transparência em todos os setores.

Existe uma iniciativa pioneira neste setor chamada “Pecuária Sustentável”, onde um grupo de trabalho procura lançar luz a estas questões, investindo em novas tecnologias e práticas que garantam maior controle no monitoramento e qualidade na gestão de compra e produção pecuarista. Este é um grande projeto com perspectivas positivas quanto à promoção da sustentabilidade na pecuária bovina, mas que muitas vezes encontram barreiras na falta de instrução dos produtores, ou mesmo no desconhecimento do projeto e serviços disponíveis.

Outra questão interessante é a pegada ecológica na produção da carne. A quantidade de água e energia, além das áreas cultiváveis necessárias para se produzir este alimento é enorme. Soma-se a isto a questão das emissões de gases de efeito estufa (GEE) geradas durante o processo de criação e produção da carne.

O processo digestivo do gado libera grandes quantidades de metano, assim como a decomposição do estrume animal que também libera GEE. Tudo isto somado a áreas de preparo para formação de pastagem (lê-se queimadas e desmatamento) aumentam significativamente a pegada de carbono nesta produção.

Mas, por outro lado, já existem metodologias para redução das emissões e geração de energia a partir do resíduo dos animais e técnicas de criação holísticas que otimizam a área de criação ao mesmo tempo que promovem uma maior captura de CO2 da atmosfera no pasto.

Enfim, este é um assunto extremamente delicado e bastante complexo. Nestes casos se faz necessário olhar o sistema como um todo, para assim então compreender melhor seus desdobramentos, entraves e enxergar então as possíveis soluções.

FONTE: www.neutralizecarbono.com.br

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