Qualificação profissional e qualidade de vida são metas da Agptea para 2023

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Em um ano voltado à recuperação da distância entre os sócios e da pesquisa científica dentro das escolas agrícolas, a Associação Gaúcha dos Professores Técnicos de Ensino Agrícola (Agptea), colheu, em 2022, o resultado do manejo correto do solo, do plantio das melhores sementes e da seleção dos cultivares que farão a próxima safra também atingir um excelente resultado.

As premiações alcançadas pelas escolas participantes da 1ª Mostra de Educação Profissional de Escolas Técnicas Agrícolas (Meta) foram exemplo de dedicação e perseverança em busca do aprimoramento pedagógico. “Isso foi uma resposta que a gente quis dar para aqueles governos que acham que tudo é muito caro e que não dá”, desabafa o presidente da Agptea, Fritz Roloff. Segundo ele, o Rio Grande do Sul deixou de realizar mostras de educação profissional nas escolas técnicas, que culminavam em uma feira estadual. “O Estado simplesmente parou com isso. Isso dá trabalho. Isso tem que ter conhecimento, tem que ter persistência, né? Nem sempre é a falta de recursos financeiros, são os recursos humanos que o estado muitas vezes não tem, por não ser atraente para trabalhar”, reflete o professor.

A incomodação sentida pela entidade pela falta de incentivo às pesquisas foi compartilhada com a Superintendência da Educação Profissional do Estado (Suepro/RS) e depois da formação de professores, a Meta apresentou, na Expointer, o resultado do trabalho dos estudantes. “Deu uma repercussão muito positiva, a tal ponto que três semanas depois foi replicada esta sistemática dentro da própria Secretaria de Educação”, conta Fritz Roloff. O dirigente afirma que conseguiram reabrir uma porta e a esperança é de que o Rio Grande do Sul possa, de novo, ter a pesquisa como carro chefe. Para 2023, o objetivo da Agptea é completar as 26 vagas disponíveis para a Meta. “Tivemos 24 escolas em 2022, então nós vamos tentar abraçar mais já para a próxima Expointer”, afirma Roloff.

Mesclando o desenvolvimento pedagógico, o aprimoramento dos professores e a ampliação de áreas de lazer para os associados, a Agptea também trabalhou em 2002 num projeto ambicioso e que caminha a passos largos. A entidade já adquiriu uma área, em Minas do Camaquã, para a instalação do Centro de Formação Profissional. O local contará com alojamentos, hotel, piscina, espaço para atividades educacionais, e de fruticultura. “Tivemos aquisições novas, muitos movimentos pedagógicos que nós conseguimos realizar, vários eventos, vários cursos e estamos abrindo uma frente nova que até então a gente tinha experiência que é a de produção agrícola”, afirma o presidente Fritz Roloff. Na área, de 10 hectares, a Agptea quer oferecer cursos de manejo do solo e cultivar oliveiras, noz pecã e uvas. “Todo esse processo de recuperação do solo vai ter um caráter pedagógico, onde a gente quer mostrar para os nossos alunos que nós temos que investir em solo e a área vai ser preparada para três culturas principais. Claro que o carro chefe certamente será a oliveira. Inclusive, já temos a promessa de uma máquina para a extração do azeite. Agora que não se fala mais em azeite, você fala em suco de oliveira, né?”, conta o professor. A ideia é extrair o sumo e produzir azeite de forma artesanal e comercializar, até como uma fonte de renda para entidade. “O Rio Grande do Sul está produzindo azeite que está sendo premiado no mundo inteiro justamente por ele ter um diferencial. E a gente quer tornar isso um processo pedagógico, onde o aluno possa aprender”, complementa.

Como se trata de um projeto a médio prazo, a Agptea começa pela implantação do espaço de lazer para os associados. “Nós estamos começando com a estrutura física do hotel, com estrutura de lazer, porque queremos que as pessoas tenham condições de ir lá. Então, além de servir como centro de formação, vai ser também um centro de lazer. Já estamos terminando uma piscina e criando toda uma área de camping”, conta Fritz Roloff. Segundo ele, uma parceria com os vizinhos vai permitir o uso dos cavalos destas propriedades para passeios e cavalgadas até as prainhas no rio. “Assim como temos a pousada na praia, em Torres, vamos ter uma pousada no campo agora que vai chamar a atenção”, festeja.

A área turística também deve avançar em 2023. O presidente conta que devem implementar uma pousada nos cânions, em Cambará do Sul. A Agptea já possui o terreno e fará cabanas para os sócios. Contudo, o projeto pedagógico da entidade não será esquecido e deverá culminar com a criação de um curso de licenciatura em Ciências Agrárias. “Vamos centrar toda a força para que se consiga uma parceria forte para a licenciatura, que deve ter um projeto público para isso. Não adianta uma universidade particular oferecer isso onde os nossos professores não têm acesso. Isso já aconteceu no Rio Grande do Sul. Se forma uma, duas turmas e não tem mais aluno porque o professor, com o salário miserável que ganha, ele não tem condições de se deslocar 300, 400 quilômetros”, afirma Roloff. Ele conta que faz parte de uma geração que participou de um projeto que existiu em Santa Maria e Passo Fundo, mas que todos estão se aposentando. “O Estado sempre vem em nome de uma dita reorganização financeira, simplesmente se corta. Dá exemplo agora do governo federal, cortando verbas da educação sem olhar a quem. Que impacto tem isso? Então a nossa luta vai ser muito forte para buscar formação qualificada”, garante o professor. Ele ressalta que a entidade não tem viés sindical, mas que se aproximam do Cpers-Sindicato e outras entidades de classe. A busca é, também, por uma melhor remuneração dos funcionários das escolas técnicas agrícolas. “Eles recebem o salário mínimo e para isso muitas vezes tem que se deslocar quilômetros até chegar na sua escola agrícola. São várias lutas que nós vamos empreender e não vamos fugir da raia. Pode ter certeza que nós vamos estar bem afiados”, promete.

 

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